Sylvia Brasil Coutinho, CEO do banco suíço UBS Brasil, foi a primeira mulher brasileira a assumir a presidência de um banco internacional. Entretanto, sua carreira iniciou um pouco distante do Mercado Financeiro: formada em Engenharia Agrícola pela ESALQ/USP, iniciou sua carreira em Finanças em 1984 no Citibank Brasil. Sylvia fazia Pós-Graduação em sua universidade quando seu orientador a indicou ao programa de trainee do banco americano, ela comenta que “Nunca tinha pensado em trabalhar em banco, mas o fato de ser uma empresa global e de prestígio como o Citi me deixou tão interessada que abandonei o mestrado”.
Em 1990, seis anos após o início de sua carreira na instituição, Sylvia foi expatriada para o Estados Unidos, permanecendo por dois anos em Los Angeles e mais dez em Nova York – período em que também aproveitou para realizar um MBA na Columbia University. Em 2003, após já ter voltado ao Brasil, Sylvia recebeu o convite para trabalhar no HSBC e atuou na instituição por uma década e, posteriormente, foi convidada para ser CEO do UBS Brasil – cargo que ocupa desde 2013 até atualmente.
Durante toda sua carreira, Sylvia atuou nas áreas de Asset Management e Wealth Management. Ambas as áreas responsabilizam-se pela gestão financeira do patrimônio de seus clientes, e quase todos os principais bancos do mundo tem a sua divisão específica para estes dois setores. Entretanto, apesar de semalhanças, Assets e Wealth managements são muito diferentes: enquanto Assets são mais específicas para a gestão e crescimentos de patrimônios, Wealth Management, além da gestão de ativos, também analisa demais tipos de investimentos como planejamento tributário, perpetuidade de renda para a próxima geração e planejamento previdenciário.
Diante de todas as responsabilidades que lhe foi dada durante sua carreira, a CEO conta que viveu muitos desafios, desde desafios diários próprios do Mercado Financeira até enfrentar a barreira de ser mulher em cargos de liderança. Quando questionada em diversas entrevistas sobre como se sente em relação ao ambiente predominante masculino do Mercado Financeiro, a CEO ressalta “Ser ou não ser mulher não é e nunca foi uma questão na minha vida. Quando você é uma pessoa inteligente, que contribui e ouve, acaba vencendo os preconceitos”.
Devido a sua carreira internacional, Sylvia acredita que o percentual reduzido de mulheres em posições seniores no Mercado Financeiro seja um fenômeno global. Os Estados Unidos, quando comparado aos demais países, aparenta ser um mercado um pouco mais igualitário do que os países asiáticos que já atuou, bem como o próprio Brasil. Entretanto, apesar das dificuldades enfrentadas no Brasil, a CEO também acredita que dentro os países latino-americanos, apresentamos menores barreiras à diversidade.