O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês variou 0,93%, ficando abaixo das expectativas do mercado de 0,95%. Com este resultado, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 5,2% em fevereiro para 6,1% em março e, no ano, ele acumula a 2,05%.
Os grupos que tiveram a maior contribuição positiva foram Transportes (3,81%), Habitação (0,81%), Alimentação e Bebidas (0,13%) e Artigos de Residência (0,69%).
Ponderando a variação com o peso de cada grupo na composição do IPCA, nota-se que o grupo de transportes teve o maior impacto na variação do IPCA, sendo responsável por uma alta de 0,77 p.p, seguido pelo grupo de Habitação, que representou uma alta de 0,12 p.p no acumulado de 0,93 p.p. Os setores de Alimentação e Bebidas, acompanhados por Artigos de Residência, foram responsáveis por 0,03 p.p cada.
No campo negativo, o destaque fica para o grupo de Educação que apresentou variação mensal de -0,52% e contribuição de -0,03 p.p no IPCA.
Nota-se que a inflação, medida pelo IPCA, esteve rotineiramente abaixo do centro da meta de inflação nos últimos anos. Porém, desde agosto de 2020, o IPCA vem apresentando consecutivos avanços, ultrapassando o centro da meta em novembro (4,31%) e rompendo o teto da meta em março de 2021.
No entanto, observa-se um movimento rápido de convergência da média dos núcleos da inflação – medida que busca captar a tendência dos níveis de preços desconsiderando choques temporários – para o centro da meta. Vale destacar este comportamento, pois nota-se um avanço desta medida, de forma a impactar como o Banco Central guiará suas políticas monetárias.
O que é o IPCA
O IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, mede a variação dos preços de produtos e serviços que são consumidos pelas famílias brasileiras. Basicamente, conseguimos ver o resultado da variação desses preços de um mês para outro, ou em qualquer periodicidade desejada.
Como ele é calculado
Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC (Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor), as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. Dessa forma, o indicador sobre 90% das famílias de zonas urbanas dentro do SNIPC.
As divulgações do indicador são mensais e ocorrem sempre no período anterior e acumulado, e para além do resultado absoluto do índice, há sua segregação em grupos específicos. São eles: i) Alimentação e bebidas; ii) Habitação; iii) Artigos de residência; iv) Vestuário; v) Transportes; vi) Saúde e cuidados pessoais; vii) Despesas pessoais; viii) Educação e ix) Comunicação.
Sua importância
O IPCA, por ser uma medida de variação de preços, também é o principal indicador para a taxa de inflação do Brasil. Por isso, o Banco Central atua a cada 45 dias para que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse mecanismo é conhecido como Regime de Metas de Inflação, que vigora no Brasil desde 1999, proporcionando uma inflação relativamente estável e previsível ao longo dos anos quando comparado à década de 80.
Gabriel Lima
Kevin Mattos
Nathalia Rubio
Randre Cardoso
Vinicius Ratola