Alerta Macro – SELIC sofre seu quarto aumento consecutivo neste ano e é elevada para 5,25%


O Comitê de Política Monetária (COPOM), nesta quarta-feira (04), optou por elevar novamente a taxa básica de juros (SELIC) em 1 p.p, passando de 4,25% para 5,25% ao ano.

O cenário de aceleração da pressão inflacionária na economia parece ser o principal motivo para a realização do quarto aumento consecutivo da SELIC apenas neste ano.

As possíveis explicações para o aumento do IPCA, principal indicador para mensurar a inflação na economia, envolvem a incerteza com a trajetória fiscal do país, a lentidão da normalização das condições de oferta, as implicações do cenário hídrico sobre a energia elétrica, a desvalorização cambial e, por consequência, o encarecimento dos insumos para a produção, sobretudo os bens industriais.

Somado a todos estes fatores domésticos, o aumento de liquidez causado pelas medidas expansionistas adotadas em 2020 e pela flexibilização de medidas de distanciamento social, junto ao avanço no cronograma de vacinação, vêm elevando a demanda agregada de maneira significativa, causando um grande impacto no setor de serviços, assim como os grupos de alimentação e habitação.

Entretanto, a aceleração inflacionária não é o único fator que compõe a decisão do Comitê de Política Monetária no aumento da taxa de juros de curto prazo. Como observado em atas anteriores do COPOM, o Banco Central está tentando realizar um árduo trabalho de ancoragem de expectativas dos agentes econômicos. O canal de expectativas, por qual ecoa as variações da taxa Selic, é muito importante para a tomada de decisão dos agentes, sejam eles o mercado financeiro, agentes econômicos, empresas ou famílias. É através dele que se pretende perseguir a meta de inflação para o ano de 2022, sendo que, pelo último relatório Focus, as expectativas são de 3,8%, acima da meta esperada de 3,5%.

Para o cenário internacional, além da recuperação dos principais países do mundo pelos seus estímulos fiscais implicarem um ambiente desafiador para os países emergentes, como Brasil, podemos observar que o novo ciclo de commodities permanece avançando, causando um forte aumento nos preços desses produtos. 

 

Expectativas do mercado

Algumas projeções do mercado que vêm sendo consideradas “conservadoras” estimam que a taxa básica pode seguir se elevando até valores próximos a 7%, enquanto as projeções mais agressivas das instituições financeiras acreditam que a taxa SELIC pode encerrar o ano acima do nível neutro, em 8%. Para o próximo ano, pelo Relatório Focus, a projeção para a taxa Selic se mantém em 7%, enquanto o IPCA tende ao centro da meta, com uma projeção de 3,81%.

 

Gabriel Lima

Nathalia Rubio

Randre Cardoso

Vinícius Ratola


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