Durante o período de 4 anos, a rede do Ethereum vem desenvolvendo o processo de mudança do seu modelo de validação de transações. A ideia é trocar o modelo de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS), focando no futuro do Ether e das próprias criptomoedas.
Um grande problema dos cripto-ativos é o alto gasto energético das diversas redes que utilizam do PoW. Se pegarmos o Bitcoin e o Ether como exemplo, o gasto energético atual dessas redes supera o de diversos países como Argentina ou Chile. Visando solucionar esse problema, projetos mais novos já aderem ao modelo de PoS sendo, assim, mais eficientes. Com o Ether a ideia é a mesma, mudar o modelo para garantir a prevalência do projeto no futuro.
A grande diferença entre Proof of Work e Proof of Stake está na forma em que as transações são autenticadas.
No primeiro, existe uma competição entre os mineradores para descobrir o que chamamos de nonce, esse é um número que adicionado as informações do bloco retorna um HASH assinado. O problema é que, quanto maior for o número de mineradores, mais difícil e mais energia vão ser gastos para descobrir o nonce.
Já no segundo modelo, o PoS, não existe essa competição para autenticar o bloco, mas sim um sorteio. As porcentagens de chance para “ganhar” esse sorteio são proporcionais à quantidade de tokens que o autenticador possui dentro da rede. Ou seja, se eu possuir 20% dos tokens da rede terei 20% de chance de receber o direito de autenticar o bloco em questão. Dessa forma, ao tirar a competição pelo nonce o gasto energético se minimiza, solucionando o problema de alto consumo.
Assim, visando essa mudança, a rede do Ether passou por diversos processos antes de finalmente sofrer o Merge e migrar totalmente de modelo de autenticação. Podemos dividir esses processos, basicamente, em três etapas. Em sua primeira etapa tivemos o desenvolvimento das ideias e o trabalho de programação, este por si foi o mais longo. Após isso, tivemos a implementação dos novos códigos nas redes de teste e o aprimoramento até que não houvesse nenhuma falha preocupante. E, por último, nos últimos meses, foi criada uma nova rede de testes já rodando com Proof of Stake para que os desenvolvedores testassem as novas funcionalidades e, dessa forma, migrar para o novo modelo em todas as suas redes agora em setembro de 2022.
Em síntese, podemos esperar uma rede mais rápida e estável em termos de quantidade de transações autenticadas por segundo, além de um futuro mais próspero devido a resolução do problema com a energia. Agora, para se tornar um autenticador nos novos moldes, será necessário ter uma quantia de 32 ETH ou se juntar a um pool de autenticação, similar ao que era antes com os pools de mineração. Desse modo, devemos nos atentar a possíveis problemas principalmente nas primeiras semanas e torcer pelo melhor.